domingo, 14 de agosto de 2011


Professor Heitor Miyazaki conta sua trajectória até ao diploma como Preletor da Sede Internacional

Durante a entrevista com o prof. Heitor Miyazaki, a luz que contornava sua fisionomia não era apenas a que entrava pela janela. Sua aura res­plan­decia mais. Ele, que fora diplomado Preletor da Sede Internacional no dia 4 de Março de 2007, tinha no semblante uma paz advinda não se sabe se do mundo elevado ou se dos milhares de lares terrenos que hoje experimentam a nítida sensação de extensão do céu, devido às orientações pessoais desse renomado professor.
O brilho do olhar do prof. Heitor continha uma harmonia somente encontrada nos oceanos, enquanto ele falava da felicidade de se doar ao próximo, explicando que não concebia emoção maior do que essa.
Seguem alguns trechos da entrevista concedida ao Boletim Círculo de Harmo­nia, momentos em que o prof. Heitor Miyazaki, ao abrir o coração, fez revelações e comentários como poucas vezes se registam. Confira.
CH – Professor, o que o senhor sentiu no momento da prova para Preletor da Sede Internacional, em Janeiro des­te ano, no Japão?
HM – Senti a confirma­ção da minha missão. Uma força, em forma de luz, ou de uma “pirâmide luminosa”, pairava sobre mim enquanto eu respondia as questões. Eu sabia que minha família e muitos amigos estavam oran­do para mim naquela hora. Foi uma sensação que trans­cendia o eu carnal.
CH – Como o senhor recebeu a notícia de que havia sido aprovado?
HM – Senti a essência, o “espírito” da expressão “convergência ao centro”. A palavra “eu”, na conver­gên­cia, não existe. Portanto, não fui “eu” quem foi aprovado, mas todos os dirigentes do Brasil, pois somos uma família Seicho-No-Ie.
CH – O senhor é muito conhecido por suas orienta­ções pessoais, dadas sob ins­pi­ração, e que literalmente salvam vidas. Como isso acon­tece na hora em que o senhor está orientando?
HM – Nesse momento é essencial manter uma pos­tura de profunda humildade. Se pensar nessa hora arro­gan­temente “isso é fácil, eu sei” ou pensar “eu estou salvando”, a voz do ego pre­valece sobre a voz de Deus, que é a intuição. Por isso, o Mestre recomenda muito a Meditação Shinsokan, e quem a pratica está sempre com a intuição afinada. Outro detalhe é estudar sempre, que seja um pouco todos os dias, mas estude.
CH – O que tem a dizer aos preletores e líderes que pretendem seguir o mesmo caminho que o senhor galgou?
HM – Soube no Japão que, num curso, o mestre Masaharu Taniguchi disse em tom triste diante das per­gun­tas que lhe fizeram: “Mas vocês não estão lendo meus livros...!?”. A grande dica é ler e reler. Não é ler uma vez e achar que entendeu. O pró­prio mestre lia e relia os livros que escrevia.
CH – É por isso que o senhor orienta as pessoas a lerem diversas vezes os mesmos livros...
HM – Oriento dessa forma porque vi os resultados disso em minha própria vida. Por volta do final da década de 60 eu lia dez vezes cada capítulo A Verdade da Vida, até as 2 horas da ma­nhã. Na oitava leitura, eu percebia coisas que haviam me escapado nas sete ante­riores. O despertar não vem de aprender, mas de apre­ender a Verdade.
CH – Como o senhor conciliou, através dos anos, seus compromissos na Sei­cho-No-Ie com os familiares?
HM – Sempre dei priori­dade mais para a família do que para mim. Quando meus filhos eram pequenos, sempre que viajava ao ex­terior, trazia algo para eles e minha esposa. Certo dia meu filho disse: “Papai, por que traz presente apenas para nós e nunca para o senhor mes­mo?”. Ele percebeu o meu pro­cedimento, assim como os demais, por isso nunca me cobraram minhas ausências, mesmo quando trabalhava na empresa, antes de me aposentar.
CH – O que o senhor vê para o Movimento Seicho-No-Ie nos próximos dez anos?
HM – Vai começar no­vamente como na década de 70. Teremos um crescimento graças à divulgação por televisão e rádio. Em todos os lugares aonde vou, sinto uma reacção positiva das pessoas. Já existe um número grande de dirigentes que actuam hoje em dia e que conheceram a Seicho-No-Ie pela TV.
CH – O que o senhor sente ao ouvir relatos de pessoas que, após serem orien­tadas pelo senhor, alcan­çam bênçãos?
HM – Ouvir relatos me deixa feliz, mas não quero ser mitificado. Sempre digo: “Agradeça a Deus, pois quem o curou foi Deus. Tudo é graças a Deus, e não a mim”. E o que mais me dá satis­fação, como fruto do trabalho, é saber que vários preletores, que são excelentes, começa­ram assistindo a aulas que ministrei em várias regionais. É como você colher o fruto da semente que você plantou e, mais que isso, é ver pes­soas iluminadas actuar, com amor, sem ego, sempre pen­sando no próximo.
CH – Dê algumas dicas aos líderes da Seicho-No-Ie.
HM – Nunca se acomo­dem. Tenham como exemplo o prof. Yoshio Mukai, que é um autodidacta, que mesmo sem ter cursado uma faculdade tem conhecimentos sobre economia, política etc. E agora está apren­dendo a cantar. E também o esforço do prof. Iuassaca, que não conhecia nada de informá­tica e prepara suas palestras no Power Point.
CH – Em suas pales­tras, o senhor aprofunda as­suntos ligados ao cristianis­mo. Comente.
HM – Somos brasileiros e vivemos no maior país cristão do mundo. Desde pequeno, sempre me emo­cionei com as palavras de Cristo, por isso não me canso de falar no Sermão da Mon­tanha. Soube de alguns ex-pastores evangélicos que di­zem: “Entendi o verdadeiro Cristo na Seicho-No-Ie”. O preletor Soares de Brasília é um deles, cujo relato é muito interessante.
CH – Muitas pessoas se perguntam: como o senhor consegue aparentar dez anos menos do que de fato possui?
HM – Apesar de ser sexagenário, atribuo minha aparência ao fato de manter o espírito jovial por pensar que sou jovem, andar como jovem, brincar com os jovens e praticar a Meditação Shinsokan.
CH – O que mais o deixa emocionado no seu dia-a-dia de viagens, reuniões e gravações para a TV?
HM – O que mais me toca é chegar a uma regional e perceber que ali todos os líderes trabalham com har­monia e alegria pelo Movi­mento. São verdadeiros anjos que actuam com muito amor. E o que me deixa feliz é saber que todos são meus amigos, pois em todas regionais, sem excepção, sou tratado tão bem que chego a pensar “mereço esse tratamento?”.
CH – Conte-nos um relato de experiência pessoal.
HM – Certa vez, minha filha, a Sheila, ainda criança, estava com expectoração e muito catarro. Numa noite de forte crise, sonhei com o mestre Masaharu Taniguchi. Ele chegou e disse enquanto massajava o peito dela: “Eu vim porque você ajuda muito o Movimento”. Nessa hora senti um cheiro forte de cânfora. Quando acordei, continuava o cheiro de cân­fora, e na minha casa não havia cânfora. No dia se­guinte o chiado do peito de minha filha havia desapa­recido.
CH – No seu íntimo, que significado tem o diploma de Preletor da Sede Internacional?
HM – O importante não é possuir diploma, mas ser útil. É claro que o diploma, em si, possui um significado, mas o mais importante é dar continuidade ao trabalho do Mestre.
Ao término da con­versa, uma inexplicável le­veza parecia tornar o prof. Heitor quase imaterial. Amontoadas num papel que de repente se fez pequeno, informações de imensurável valor espiritual.
Seu olhar parecia flutuar, como se a liga-lo ao invisível, onde ele encontra todas as respostas. Seus olhos relu­ziam, como se estivessem acesos, movidos pelos mis­térios do Universo – e sua presença bradava eloquente, mesmo nos silêncios que entremeavam a conversa, as palavras da Verdade: o Homem é Filho de Deus, perfeito!

Circulo de Harmonia

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